Campinas / SP - sábado, 04 de maio de 2024

Dicas sobre o tratamento

Publique aqui seus artigos com informações para pacientes e/ou profissionais da saúde.

 


Qualidade dos remédios

 

     Tome cuidado com as trocas dos remédios nas farmácias!

     Vamos esclarecer alguns conceitos, que escutamos todos os dias, mas são confusos para quem não é da área da saúde:

     - Remédio "de referência" -  quando um Laboratório Farmacêutico lança um novo remédio, está protegido pela Lei de Patentes, por 10 anos. Depois disto, se o remédio é um sucesso comercial, são lançadas várias cópias, que vamos descrever abaixo, e o original passa a ser chamado "de referência". 

     - Remédio "similar" - cópias do remédio de referência, quando tem um nome fantasia, são chamados de similares.

     - Remédio "genérico" -  cópias do remédio de referência, que não tem nome fantasia, e são denominadas pelo nome químico da substância, são chamados de "genéricos".

     - Remédio "manipulado" - cópias do remédio de referência, que são adquiridos pelas farmácias de manipulação "a granel" e depois envasados, geralmente em cápsulas de dispersão gástrica.

     Teoricamente  todos deveriam ser rigorosamente iguais, com o mesmo sal, com a mesma dosagem e qualidade, mas, na prática, não é assim que funciona.

     Existem remédios que são lançados, mas não funcionam, ou tem efeitos colaterais que inviabilizam a sua utilização, e são retirados do mercado, ou seja, nem tudo que é lançado "presta", e não vai ter cópias.

     Quando são um sucesso, quando não tem mais a reserva de mercado da patente, passam a ser copiados, com cópias muito boas, outras nem tanto, e algumas péssimas, ou seja, de qualidade diferente, que vai depender de cada fabricante, de sua capacidade industrial, e de sua seriedade.

     O controle de qualidade dos medicamentos, no Brasil, é de competência da ANVISA - Vigilância Sanitária, orgão do Governo Federal, mas, do jeito que é feito hoje em dia, é falho, e abre uma brecha para remédios de qualidade duvidosa, tanto similares quanto genéricos ou manipulados.

     Existe uma outra classificação de remédio, mas espúria, moralmente duvidosa, que é o remédio "bonificado", ou o famigerado "B.O." (as vezes traduzido como "bom para otário"). São remédios de alguns laboratorios que pagam para os balconistas de farmácias, e as vezes para os donos, uma quantidade em dinheiro para cada caixa deste remédio que eles conseguirem vender, o que cria a "empurroterapia".

     Daí aquela insistência incomoda em trocar a marca receitada pelo seu médico por outra "muito mais barata e tão boa quanto"... É difícil acreditar que um comerciante aconselhe seus clientes a comprar um produto mais barato, sendo que teoricamente vivem de porcentagem das vendas!

        Meu conselho é que sigam a prescrição médica, conversem com seu médico sobre qualidade/preço/confiabilidade de cada remédio, e escolha com segurança algum que funcione!